26 de nov. de 2013

Celular é mocinho e bandido nas salas de aula

Por Gabriela Góes

Por causa do uso de celulares e de outros aparelhos eletrônicos por parte dos estudantes, corre na Assembleia Legislativa da Bahia um Projeto de Lei (nº 16.724/2007) proibindo o uso desses dispositivos em sala de aula. Idealizado pelo deputado João Carlos Bacelar (PTN), o projeto promete proibir totalmente a entrada dos dispositivos nas escolas da Bahia.

A grande preocupação dos professores é se os alunos estão prestando atenção ao assunto que está sendo dado nas salas ou estão acessando redes sociais. Na era da comunicação digital, as pessoas, especialmente professores, coordenadores, orientadores e diretores das escolas, disputam a atenção dos meninos com os dispositivos móveis que eles levam para a classe.

A discussão da lei segue em curso e cria polêmica entre a sociedade civil, professores e orientadores. Dentre eles está Karla Castro, orientadora do ensino médio do Colégio ISBA. Ela aponta os pontos negativos de permitir o uso dos eletrônicos em aulas:


Ao mesmo tempo em que o celular pode servir como elemento de dispersão para o aluno, pode ser também uma ferramenta didática para auxiliar as aulas. Veja como funcionou bem o uso do dispositivo móvel pelo professor Eric Pimenta:



Vale destacar que o celular tem sido o mocinho e o bandido das escolas, a partir das experiências de cada professor.

Espaços infantis nos shoppings

O garoto Lucas no parque do shopping. Fotos: Fernanda Moura
O espaço Parque Pirimpimpim, no shopping Barra, é um ambiente para crianças de zero até oito anos. Os responsáveis podem deixar os "pequenos" para realizar passeios e compras.

Veja um vídeo com Alana, monitora do parque:

 

No espaço trabalham três monitores que acompanham  cada  criança e controlam a faixa etária. Se as crianças precisarem ir ao banheiro, os monitores levam, caso os pais tenham autorizado. Veja os preços do parque na foto abaixo:

                                 
O parque infantil pirimpimpim fica localizado no shopping. Realiza recreação e pintura de rosto. O horário de funcionamentos é de segunda a sábado das 9 horas às 22 horas e nos domingos das 12 horas às 22 horas.

lugar  para  criança podem  brincar

Card games desenvolvem o intelecto

Por Igor Vasconcellos

Os card games (ou jogos de carta em português) são nada mais do que brincadeiras com um baralho não convencional. Esses cards geralmente possuem figuras, cada uma com uma característica diferente, fazendo uma função específica durante o andamento do jogo.
Loja Shaman Games. Foto: Divulgação
 Em geral, o intuito desses jogos é derrotar os oponentes com suas criaturas poderosas, ou conjurando seus feitiços. Os card games mais famosos são o Magic: the Gathering, jogo lançado em 1993 e até hoje o mais famoso; Pokemon Training Card Games, que é baseado no desenho que ficou famoso na TV brasileira; e Yu-Gi-Oh, também originado de um "animé" que passava na TV.

O estudante de Direito Rafael Borges, 23, começou a jogar esse tipo de modalidade intelectual (mais especificamente o Magic) quando tinha por volta de treze anos. Hoje ele é proprietário da única loja de Salvador especializada no assunto (Shamangamesba.com.br).

“O jogo me ajudou muito com noção de matemática, inglês (boa parte do game é em língua inglesa), lógica e raciocínio rápido”, declarou Rafael. Ele avalia que os benefícios dos cards para as crianças são muitos e que é importante para os pequenos aprenderem essas e outras modalidades de jogos, como os de tabuleiro por exemplo, desenvolvendo principalmente o raciocínio lógico e interagindo socialmente com as outras crianças, visto que hoje em dia, crianças e adolescentes passam o dia todo na frente do computador. Veja no vídeo abaixo o que Rafael fala sobre o tema:


Estudante de Gastronomia da UFBA, Raphael Augusto, 23, sempre teve interesse por jogos e interações com outras pessoas, e desde os oito anos é apaixonado por tudo que envolva o desenho japonês chamado Pokemon. Quando descobriu o card game de Pokemon, com nove anos, foi muito fácil para Raphael unir o útil ao agradável. “Foi quase que instantâneo, quando vi uma loja nos Estados Unidos vendendo o jogo, comprei na mesma hora”, disse o futuro Gastrônomo.

Procurando sempre marcar com os amigos para brincar, Raphael sempre procurou se informar sobre o assunto, sobre os novos cards, mesmo quando não tinha tempo para jogar. Raphael também declarou que grande parte dos amigos que fez foi através do card game e que seu inglês começou a se tornar fluente com a ajuda da paixão por jogos interativos. Veja no vídeo abaixo como Raphael entrou no mundo dos Card Games:


Ana Júlia Souza, Engenheira Civil, 48, enfrentou problemas com os jogos com cards. Seus dois filhos jogam, mas um deles acabou se dedicando mais aos card games do que aos estudos, atrapalhando sua vida escolar e fazendo com que ele repetisse o ano no colégio. “Meu filho fez muitas amizades no jogo, fico feliz por isso, pois ele sempre foi tímido e costumava ter poucos amigos, mas recomendo às mães serem rígidas e não deixarem seus filhos trocarem a escola pelo vício das cartas”, declarou Ana. Veja no vídeo abaixo a declaração de Ana sobre o assunto:


Como toda atividade e brincadeira, esses cards devem ser jogados nas horas de descanso das crianças, mas nunca podem tomar o tempo das atividades escolares e nem atrapalhar outras coisas de maior importância.

Livrarias com seção infantil podem ser um bom programa

Por Pedro Lucas Oliveira

Nos shoppings de Salvador, as livrarias possuem seções infantis, nas quais as crianças podem ler livros, assistir desenhos e ouvir músicas, sob a supervisão dos funcionários. Veja aqui algumas opções.

Na livraria Saraiva do shopping Barra o espaço é mediano, com buracos acolchoados nas paredes para as crianças se sentarem e diversos livros e DVDs. Veja um vídeo feito no local:



No shopping Salvador, o espaço infantil da Livraria Cultura é bem maior, com cadeiras, almofadas e uma grande mesa. No mesmo shopping, tem também uma seção infantil na Livraria Saraiva. O lugar é igualmente preparado para atender as crianças.

25 de nov. de 2013

Água no umbigo, sinal de perigo

Por Alceu Vinícius

Esse é um ditado que circula entre os salva-vidas das praias de Salvador, que ressalta o cuidado que devemos ter no mar, principalmente com as crianças. Com o verão chegando, um dos principais passeios para molecada na capital é a orla. Nesses dias mais quentes, o mar é uma opção refrescante, divertida e a areia vira um grande playground natural .

Porém este ambiente de lazer traz alguns perigos e os pais precisam ficar atentos. O salva-vidas Washington Jorge, responsável pelo setor de treinamento do Salvamar e com 25 anos de corporação, recomenda somente ir às praias que têm um posto armado do Salvamar. Veja no vídeo abaixo:


Ele também informa que praias como Jardim de Alah e do Farol de Itapuã são as mais perigosas e devem ser evitadas por crianças. Os salva-vidas reclamam da carência de informação à população por parte dos grandes canais de comunicação.

Outra dica é o cuidado constante que os pais devem ter quando as crianças vão se banhar. Veja as recomendações de Washington:


No caso de uma criança se perder na praia, o salva-vidas a encaminha ao posto do Salvamar. A equipe de apoio é alertada para tentar localizar os pais. Caso os pais não sejam encontrados, o pequeno é levado até o Juizado de Menores e é feita a ocorrência.

Fomos às praias para conversar com pais sobre os cuidados que tomam com suas crianças. Valna, mãe de Rafaela, de sete meses, conta seus cuidados ao chegar na praia:

 

21 de nov. de 2013

Praticar esporte desde cedo é show de bola

Por Fernanda Varela

Inserir uma criança no mundo do esporte pode ser uma alternativa saudável para entretê-la, desde que não haja o peso e a obrigação de se tornar um atleta profissional. Ao serem matriculados em uma atividade esportiva de grupo, como é o caso do futebol, os “pequenos” passam a conviver com outras crianças, o que é fundamental para o desenvolvimento deles como pessoas.

O jogador Fahel posa com os filhos, João Victor e Camila. Foto: Arquivo/Correio

Além de divertir, o esporte também pode atuar na infância desempenhando outros papéis, como os de desenvolvimento físico, motor e de relações pessoais.
O jogador profissional Leandro Fahel Matos, conhecido como Fahel, que atua como volante no Bahia, aproveitou a proximidade com o esporte para cuidar da saúde dos filhos João Victor, 4, e Camila, 2, que já praticam atividades físicas na escola em que estudam, em Salvador. Para ele, é fundamental que a criança tenha contato com alguma atividade física desde os primeiros anos de vida.


Quem também lida diretamente com o universo das crianças e o mundo do esporte é o técnico de futebol infantil do Bahia, Edson Fabiano Silva. Formado em Educação Física pela Faculdade Social da Bahia, o treinador dá aulas nas divisões de base há 15 anos.

João Victor acompanha o pai nos treinos do Bahia e já se interessa por futebol
Foto: Divulgação

Com passagens também pelo Vitória, o profissional explica a importância de saber como lidar com os “pequenos” e reforça que a convivência com outras crianças é importante na formação. “Muitas vezes, os pais deixam as crianças em casa sem fazer nada. O ideal é que elas interajam com outras crianças e se desenvolvam”, explica.

Em Salvador existem muitas opções de escolas públicas e particulares que oferecem aulas de futebol, além de outros esportes. Os principais clubes de Salvador, Bahia e Vitória, fazem seleções para várias categorias de base e oferecem acompanhamento às crianças que têm interesse em praticar atividade física. Para isso, basta que pais ou responsáveis acompanhem as crianças no dia das seleções e autorizem que os pequenos ingressem nas escolinhas de futebol.

20 de nov. de 2013

Brincando de ser criança

Por Aline Valadares
 
A palavra de ordem é brincar. Ao contrário do que alguns pais e daqueles que costumam dar “pitacos” na educação alheia acreditam, os brinquedos e as brincadeiras têm uma importância e um alcance maior do que o do simples fato de entreter os pequenos. A fala e a coordenação motora são exemplos de funções que podem ser desenvolvidas mais rapidamente e de maneira saudável com esta atividade, que em alguns momentos é considerada secundária.

Para Larissa Ornellas, professora doutora em Psicopatologia Fundamental e Psicanálise, é brincando que a criança se desenvolve. Se a criança não brinca, este pode ser um indício de adoecimento. Além das questões físicas, a criança aprende a lidar com seus sentimentos. “O brincar é importante porque nele a criança projeta suas fantasias, seus desejos e frustrações”, explica a professora.

Nas mãos de Arthur Messeder, 3 anos, qualquer objeto vira brinquedo e qualquer ideia se transforma num cenário de brincadeiras. Sua maior cúmplice é a mãe Michele Nix, 24 anos, que mergulha no mundo da imaginação e das fantasias com o pequeno para começar mais uma brincadeira. São muitas ideias incentivadas por ela e desejos revelados por ele. 


Arthur se diverte na piscina de bolinhas com sua melhor companhia, a mamãe. Foto: arquivo pessoal
Com os dois lados em acordo, Michele dá as dicas: “existe um mundo de possibilidades. Contar história, desenhar, pintar, se fantasiar (pode usar um lençol) e fazer teatrinho. Vestir a roupa e os sapatos dos pais é sempre muito divertido e engraçado. Dançar junto uma música que ele goste, ou quem sabe todas as músicas do DVD do Patati Patatá. Fazer comidinha: separe os ingredientes e peça ajuda para misturar. Não se preocupe. Se sujar, limpa! Pega-Pega, esconde-esconde. Assista filmes com ele(a), e por favor, leve seu filho a praia”.

Plantar e cozinhar estão na lista de brincadeiras da dupla de mãe e filho. Foto: Michele Nix

Nos primeiros meses de vida tudo é novo. Para a mãe e para os seus bebês que começam a ter contato com o mundo externo. Para Mariana Borges, 24 anos, mãe dos gêmeos Pedro e Alice de 7 meses, as brincadeiras têm sempre um objetivo de estimular. 

“Quando eu pego um brinquedo e coloco distante deles, eles precisam engatinhar para alcançá-lo. Isso já conta como um estímulo à coordenação motora e também é legal para a criança reconhecer o espaço físico em que ela vive. Com Pedro e Alice eu procuro sempre fazer brincadeiras iguais, justamente para observar como cada um entende o que eu estou pedindo. Por serem gêmeos, eu faço questão de incentivar a brincadeira entre eles e aí fica tudo mais divertido”, observa Mariana.

Mariana se diverte com os gêmeos Pedro e Alice. Foto: arquivo pessoal
Uma das preocupações dos pais e parentes é o tipo de brinquedo. O medo de errar no brinquedo e na brincadeira se dá pela capacidade que a criança tem de absorver e reproduzir ideias e comportamentos do mundo externo. Veja o vídeo com os gêmeos Pedro e Alice brincando juntos:




“A escolha do tipo de brinquedo adequado precisa respeitar a idade cronológica. O amadurecimento psíquico-afetivo da criança é fundamental. Cada idade demanda uma forma diferenciada e escolhas de brinquedos diferenciados, se isso não for respeitado pode atrapalhar. Uma estimulação insuficiente é prejudicial ao desenvolvimento da criança, como também uma hiperestimulação, não respeitando o ritmo cognitivo-afetivo da criança, também pode prejudicar seu desenvolvimento”, explica Larissa Ornellas, que é mãe Clara, de 9 anos. 

Ainda de acordo com a professora e psicanalista, o brincar não é algo ensinado. Acontece de forma espontânea e é através das brincadeiras que a criança se representa simbolicamente enquanto sujeito no mundo. Quando brinca, a criança sai do egocentrismo que caracteriza seus primeiros anos de vida.

Uma ressalva surge para os pais e educadores quando o assunto é brinquedo eletrônico. Videogames, aplicativos de celulares e computadores. Todos aparentemente indefesos, mas que podem causar mais danos do que é possível imaginar. 


Maiane Nunes, 26 anos, mãe de Maine de 6 e de Rian de 3, assume que é necessário estar conectado com o mundo através das novas tecnologias, mas se preocupa com os efeitos a longo prazo que podem causar nos seus filhos. “De certa forma é bom saber que nossos filhos estão se adequando ao século 21 e atualizados, porém todo cuidado é pouco. Alienação e sedentarismo são preocupantes”, revela.

Maine e Rian, filhos de Maiane, brincam juntos no quintal de casa. Foto: arquivo pessoal
Larissa traz um alerta: “o excesso no uso dos jogos eletrônicos é a impossibilidade da criança engajar no ato do brincar a dimensão corporal, a tridimensionalidade do corpo no espaço, a vivência física do ato motor que envolve as brincadeiras fora do virtual”. Ela ainda completa: “nos jogos virtuais a criança encontra-se solitária diante de uma tela, não há o brincar compartilhado".

Um dos fatores que ficam comprometidos com o excesso de jogos eletrônicos que marcam a nossa contemporaneidade é o desenvolvimento dos órgãos dos sentidos primários. “As possibilidades de vivências das percepções sinestésicas, olfativas e gustativas ficam comprometidas e a longo prazo podem prejudicar o desenvolvimento neuro-cognitivo das crianças. Por isso a limitação do uso dos jogos virtuais em termos de tempo é imprescindível nas trocas educacionais entre pais e filhos”, alerta Larissa. 

Michele prefere não tê-los em casa, pelo menos por enquanto. Acredita também que o incentivo de brincadeiras em áreas externas e que envolvem mais criatividade por parte da criança vai interferir nas preferências do seu filho quando ele começar a ter um contato maior com as tecnologias fora de casa. 

“Não gosto de jogos de videogame, porque acho que eles acabam ficando sedentários e preguiçosos. Sentados no sofá, onde só levantam para comer, e voltam a jogar. Sei que ele vai crescer e vai ter esse contato com os amigos, não vou impedi-lo, mas tenho certeza que ele vai preferir jogar bola, ir à praia, brincar de esconde-esconde porque foi esse costume que passamos pra ele”, planeja a mãe de Arthur. 

Michele acredita que a praia é um lugar ótimo para levar Arthur. Foto: arquivo pessoal
  
Acreditando no poder da frase “criança vê, criança faz”, Michele procura não dar o exemplo a seu filho de uma pessoa que é dependente dos eletrônicos. “Se você não sair com seu filho para jogar bola ou ir à praia e ficar o dia todo mexendo no celular, iPad, iPod, computador, como acha que ele vai se interessar por outra coisa?”,  comenta a mãe que se orgulha com o bom desenvolvimento do filho com a fala e com a criatividade e desenvoltura pra contar histórias.

19 de nov. de 2013

Games e computador: benefícios e preocupações

Por Marcos Paz

Não é novidade que muitas crianças de hoje preferem mais se divertir com os jogos eletrônicos do que brincar com os amigos de esconde-esconde, pega-pega, ou outros jogos no playground ou nas áreas de lazer dos condomínios.

Há poucos anos atrás, o que as crianças mais gostavam era de poder passar o dia inteiro na rua, se divertindo com as mais variadas brincadeiras. No entanto, atualmente, devido à violência das grandes cidades e à falta de lugares tranquilos para a diversão, o videogame, a televisão e o computador se tornaram os grandes atrativos e companheiros da criançada.

A psicopedagoga Luciana Paiva considera como vilão não o videogame em si, mas o mau uso do aparelho eletrônico, seja no tempo de diversão, seja na seleção dos jogos. Para ela, podem ser classificados como positivos jogos educativos e de estratégia, pois colocam a criança em situação de aprendizado. Veja uma entrevista com Luciana Paiva:



"O game pode trabalhar a timidez, o pensamento e a concentração, desenvolver o raciocínio e ampliar a linguagem, entre outros benefícios. Em grupo, trabalha o espírito de equipe e de pertencimento.” afirmou. A educadora destaca ainda que os pais precisam controlar o acesso dos filhos a conteúdos inadequados para a faixa etária, assim como o tempo de uso desses eletrônicos.

"Pesquisas comprovam que o excesso de exposição à TV e aos jogos eletrônicos está associado ao aumento da obesidade infantil e de transtornos como déficit de atenção, que acabam gerando problemas de desempenho na escola. Para evitar essas consequências, as crianças de até 12 anos devem usar os eletrônicos por no máximo duas horas por dia", alerta.

Para Carla Borges, advogada e mãe de três filhos, limitar o tempo de uso dos games e aparelhos eletrônicos é uma batalha. "Aqui em casa determinei uma hora por dia, apenas nos fins de semana, mesmo assim se as notas na escola estiverem boas. Mas os adolescentes têm uma 'sede' insaciável de passar as fases nos jogos, é uma luta diária”.

Apresentar à criança outras opções de diversão, como brincadeiras em parques e áreas de lazer do condomínio, faz com que ela não pense apenas no computador, no game e na televisão como suas únicas formas de diversão. Ter livros infantis em casa e ler as histórias para os pequenos também ajuda a entreter a garotada.

Brincadeiras ao ar livre estão desaparecendo

Por Irina Vieira

Maria e Ricardo Caldas. Foto: Yri Maya
Atualmente as crianças brincam muito com jogos eletrônicos, passam horas no computador e nos smart fones. Elas estão preferindo esse tipo de lazer a uma brincadeira divertida como esconde-esconde ou pega-pega.

Quando era criança, o advogado Ricardo Caldas, 32, sumia dos olhos atentos da mãe e se divertia. “Eu brincava com todas as brincadeiras da minha época, empinava arraia, jogava bola, sou fanático por futebol. A maioria do meu tempo era jogando bola, gude, brincava muito com meus amigos de garrafão”.

Caldas explica as regras do garrafão: “a gente desenhava uma garrafa grande no chão, com um círculo na frente. Se uma pessoa pisasse, ou ficasse dentro do garrafão, ela corria o risco de levar cascudos, murros e tapas, então ela precisava correr rápido para o céu, que era o círculo. Participava quem tinha condições de apanhar. E era entre amigos, a gente se batia mas tudo se resolvia. Tudo tinha uma aposta, ou pagava uma prenda”, declara entre risos.

O advogado tem uma sobrinha de três anos, Maria, e fala sobre o tipo de brincadeira que ela gosta: “ela já está inserida nos jogos eletrônicos, o Pool, tipo tamaguche, que a pessoa, dá banho, dá de comer, apaga a luz para o bichinho dormir,” diz.

O tio lamenta a falta de interação social da menina. “Ela vê as outras crianças e não se empolga para brincar. Quando era mais novinha, ela ouvia a voz de uma das vizinhas e queria descer para o playground, só que agora ela prefere ficar nos jogos eletrônicos”, declara.

Maria brinca de esconder dentro de casa. Foto: Yri Maya
Como a pequena Maria só tem três anos, ela ainda precisa de cuidados. “Eu prefiro muito mais as brincadeiras que eu participava quando era criança, era muito mais divertido, interativo, a criança tinha a probabilidade de fazer mais amigos. Hoje em dia a pessoa não tem mais amigos, tem seguidoras no Facebook. Se isso é bom ou ruim vai mais por conta da violência também".

Caldas reconhece que brincar na rua é mais complicado do que antigamente."Hoje em dia, a pessoa não pode passar por isso, por que em qualquer lugar as drogas estão tomando conta, pessoas estão agindo de má fé, ainda é muito perigoso confiar”, declara.

O jornalista Márcio Vieira, 58, lembra que aprontava ao ar livre. “A gente juntava os grupos e brincava na rua, brincávamos de picula, guerrinha, Fura Pé, guerra de badogue com mamona. As brincadeiras que tínhamos eram na correria mesmo. A guerra de mamona, até certo ponto, era um pouco violenta. Juntavam duas turmas e quem acertasse o outro era como se tivesse matado, doía bastante, porque a mamona era como se fosse bala”.

Ele conta uma peripécia que fez quando era pequeno. “Eu tinha chegado da escola e fiquei entrando em casa, e pulando pela janela, entrava em casa e pulava pela janela. Lembro que fiz isso umas seis vezes, em um desses pulos, deu uma torção na coluna. Fiquei sem conseguir falar. Entrei em casa desesperado, não conseguia respirar direito, minha mãe e minhas tias pegaram água quente, misturaram, jogaram em cima de mim para dar um choque térmico. Só assim eu consegui voltar a falar e respirar novamente” recorda entre risos.

“Também lembro do dia que eu ganhei uma patinete. Fiquei numa felicidade danada. Tinha uma ladeirinha que comecei a descer com a patinete e, no finalzinho, eu freava, subia correndo com a patinete na mão e descia novamente. Numa dessas descidas perdi o controle e caí numa ribanceira. Saí capotando e me arrebentei todo, me arranhei, mas não tive nada grave”, lembra Vieira.

Algumas dessas brincadeiras são feitas hoje por poucas crianças. As mais vistas são picula e garrafão, o Fura Pé, como foi dito por Márcio, não é tão praticado pelas crianças de agora. “O Fura Pé precisa ser na terra, não tem outro jeito de brincar. No asfalto não dá, no playground também não, nem areia serve, pois areia é muito fofa, precisa ser mesmo em terra, tem de cravar o ferro na terra.” Veja as regras no vídeo abaixo:



Márcio vê vantagem e desvantagem nos jogos eletrônicos. “Ultimamente as crianças estão brincando mais de jogos no computador e videogame. Acabam esquecendo de brincar na real, pois estão brincando no virtual. A troca de experiências na rua é muito melhor. Porém existe muita violência nas ruas. É até complicado deixar o filho brincar na rua. Os pais se preocupam muito com isso, então as crianças acabam sendo privadas e ficando em casa brincando na Internet, que às vezes tem muitos jogos educativos”, declara.

O ruim da internet são os jogos de lutas, de armas, que as crianças estão jogando cada vez mais. Acabam mal influenciadas. Veja alguns sites com jogos educativos.

Restaurantes oferecem espaços para crianças

Por: Rebeca Mariana

Espaço Criançada (R$12) no Boteco do Caranguejo. Fotos :Rebeca Mariana 
Com a falta de tempo que os pais, tios, padrinhos e simplesmente pessoas que gostam de crianças enfrentam por conta dos seus afazeres cotidianos, uma solução para unir diversão de crianças e de adultos são os bares e restaurantes que têm espaço infantil. Veja no vídeo abaixo as opiniões de pais, responsáveis, de um frequentador mirim e do gerente de um estabelecimento.



As crianças amam a ideia de poder brincar quanto saírem juntos com os familiares. A opção que os empresários encontraram foi utilizar parquinhos, sejam eles pagos ou gratuitos, visando oferecer a seus clientes comodidade. Luana Capinan acredita que os empresários, quando cobram pelos espaços infantis, abusam no valor. Quando fornecido gratuitamente eles esquecem de diversificar os brinquedos e a ventilação do espaço.


Cantinho Infantil gratuito no Caranguejão


Veja alguns restaurantes de Salvador que têm área de lazer para crianças:
  • Boteco do Caranguejo: Localizado na Rua José Augusto de Freitas, nº 08, Patamares, Salvador-Ba, Tel. (71) 3363-5151 
  • Caranguejão: Rua Manoel Antônio Galvão,339 Salvador, BA - 41740020 (71) 3362-6177 (Parquinhos, casa de bonecas entre outros. Grátis)
  • Sentollas: Rua Manoel Antônio Galvão, 361 - Pituaçu - Savador / Ba - tel.: 71 3363 4343 (Dois videogames, um pula pula e uma mesinha. Grátis)
  • Cabana do João: Rua Manoel Antônio Galvão, 30, Salvador - BA, 41741-550 R$ 7  (Cama elástica,  piscina de bolas, escorregadeira pequena, casinha de bonecas e TV com desenhos em DVD. para crianças de 2 a 12 anos.) 
  • Conversa Fiada: Rua Artur de Azevedo Machado, 89 - Costa Azul, Salvador - BA, 41760-000 (71) 3033-4487 (Escorregadeira e cavalinhos. Cortesia da casa)
  • Caranga: Rua Minas Gerais, 643, Pituba, Salvador - BA, 41830-020 (71) 3240-3787 (Mesinha, escorregadeira são uma das opções. Gratuito)
  • Cheiro de pizzaRua Minas Gerais, nº 254, Pituba (71)2109 0909 (Quatro Playstations, um XBOX 360, uma TV com DVD, além de mesinhas para desenhar, sofá e pufes . Não há cobrança pelo uso dos equipamentos.)
  • Beach Stop: Av. Otávio Mangabeira, Pituba 2581 tel. 3240-2424 R$ 10 ( Produção de bijuterias, pintura de vasos de cerâmica e plantio de flores, que são levados para casa. A área para crianças funciona apenas no almoço dos domingos de meio-dia às 16h)

18 de nov. de 2013

Um mundo de livros infantis

Boa notícia é saber que muitas publicações da nossa literatura infantil encontram-se em um só lugar, uma estrela que brilha numa praça em Nazaré, a Biblioteca Infantil Monteiro Lobato (saiba quem foi o escritor). Veja abaixo a opinião de Elaine Santos Sampaio e de Nélia Peixoto Santana,  frequentadoras da biblioteca.



Classificada como a maior coleção do gênero no nosso Estado e localizada na praça Almeida Couto, s/nº, em Nazaré, a Biblioteca Infantil Monteiro Lobato possui um acervo formado por 25 mil obras. Funciona também como espaço de cultura e lazer para crianças e adolescentes. Saiba como retirar livros emprestados, com a explicação de Orliel Santos, coordenador-geral da biblioteca:


Criada em 1950 e especializada para atender o público infantil em horários diversificados e especiais, a biblioteca tem dois pavimentos, distribuídos por 20 salas e ocupa uma área de aproximadamente 1.040 metros quadrados.

O bairro é testemunha da presença de inúmeras celebridades que lá residiram ou estudaram nos tradicionais Colégios Salesiano e Escola Estadual Severino Vieira. Defronte à biblioteca está o Hospital Santa Izabel, imóvel centenário que mantêm preservadas maravilhas arquitetônicas e peças artísticas dignas de serem contempladas, como gradis de ferro e clássicas esculturas.

Sala com acervo de Lívia Maria, que deu origem à biblioteca

A praça é ampla, limpa, fresca, e passear sob suas frondosas e centenárias árvores - inclusive um raro exemplar existente em nossa cidade de Baobá - completa a visita à biblioteca. Apesar disso, a praça é frequentada também por mendigos e usuários de crack.  Os pais devem ficar atentos, mas isso não chega inviabilizar a visita. 



Como tudo não é "só alegria", a biblioteca não possui estacionamento e guardar o carro não é tarefa fácil, necessitando um pouco de esforço, paciência e criatividade. Pode-se deixar o carro no Supermercado Bom Preço, efetuar uma pequena compra, sair tranquilamente rumo ao paraíso dos livros e, na volta, adquirir um picolé ou uma revista.

                                      
Para quem vai de ônibus, trafegam na avenida Joana Angélica, várias linhas que saem principalmente do Campo Grande e destinam-se a bairros próximos como Barbalho, Liberdade, Pero Vaz etc. Os acessos podem ser tanto pela Av. Joana Angélica como pelo bairro do Barbalho.

Sala dos gibis com amplo acervo de HQ. Fotos: Roberto Luiz

Para comer, além da lanchonete do supermercado Bom Preço, o visitante encontrará muitos ambulantes vendendo tradicionais produtos como acarajé, milho cozido, hotdog e pipoca, além de frutas. Para os maiores de idade, a cerveja e outros drinks incrementam o ambiente da praça nos finais de semana no período da tarde,  quando acontecem apresentações ao vivo  de grupos de seresta e samba ‘partido alto’.


Fonte de Matéria: Biblioteca Monteiro Lobato

16 de nov. de 2013

Personagens dos livros vão para os palcos

Por Âgela Campos

Construção de cenário, das fantasias, os ensaios diários e as brincadeiras com os colegas. Esses são alguns elementos que fazem parte da construção de uma peça teatral na escola. A prática tem sua importância pela contribuição no desenvolvimento da personalidade da criança.


Com os pequenos ouvindo histórias contadas pelos pais antes de dormir e, durante o dia, narradas pelos professores, eles passam a infância toda querendo ser iguais aos personagens dos livros que tanto impressionam. As princesas são a grande inspiração de Letícia Azevedo, que tem nove anos e participa de espetáculos na escola desde o cinco.

   

Tão notórios são seus benefícios para a formação de crianças e jovens, que o teatro é reconhecido como importante conteúdo escolar pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, documentos que orientam o trabalho dos professores do Ensino Básico. 

A professora Edméa Fraga, da Escola Caramelo, comenta que o objetivo desse tipo de arte é, também, melhorar a convivência entre os colegas, além de ser uma boa alternativa para os pais que não têm condições de colocar o filho em um curso a parte.

          



Yan Tosta tem cinco anos e participa das peças teatrais desde que entrou na escola, quando tinha apenas dois anos. 


Yan Tosta  em peça Teatral da Escola Caramelo.
Foto: Luis Batista

A mãe, Aline Tosta, ressalta que o filho participa de todo processo de criação, desde a confecção de cenários até o momento final. Ela conta que percebeu uma grande evolução no comportamento do garoto.

 

5 de nov. de 2013

Bem-vindos

Sejam bem-vindos ao blog Programinha Salvador. Nós, estudantes do 6º semestre de Jornalismo da Faculdade Social da Bahia, criamos esse espaço para que os pais conheçam algumas dicas de lazer e cultura para crianças na nossa cidade. Além disso, vamos fazer uma série de reportagens especiais sobre os "pequenos", sempre trazendo dicas.

 
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